terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Felicidade = mediocridade?



Certa vez ouvi uma história mais ou menos assim:

Um dia um anjo visitou a casa de um fulano qualquer e disse: armazene o máximo de água possível, pois amanhã toda a água da cidade será contaminada e quem bebê-la ficará louco. E assim fez o rapaz: passou o dia guardando água. No dia seguinte, todos que bebiam a água ficavam loucos e em pouco tempo a cidade inteira estava pirada, exceto o fulano que foi avisado pelo anjo. Ele tentava avisar às pessoas q elas estavam loucas por causa da água, mas ninguém lhe dava ouvidos e ele começou a ser tachado de louco. Então, todos resolveram matá-lo ( pq ele tava enchendo a porra do saco da galera ). Vendo q isso ia acontecer e se sentindo sozinho e incompreendido, o fulano foi lá e bebeu a água da fonte. E assim, todos viveram felizes para sempre ( só q não ).

E aí q eu me lembrei dessa história hoje pela manhã, pq estou me sentindo o próprio fulano. Todo mundo louco (pq só sendo louco pra ser feliz nesse mundinho d merda) e eu aqui, em vão, tentando abrir os olhos da galera:

-Ei, fulano, pq vc ta rindo? Vc  trabalha o dia todo, é honesto mas não tem dinheiro pra fazer porra nenhuma, sua diversão é ver TV todo final de semana, então tire essa porra de sorriso da fuça e se rebele AGORAA! Aí a pessoa me olha com cara de: are you crazy? Claro que eu não falo com essas palavras, mas sempre tento entender pq as pessoas são felizes. Nas minhas conversas eu tento mostrar como a vida é um cu e sempre me olham com cara de pamonha.

Não preciso de extremos pra incompreender o conceito de felicidade dos outros. Quando tô num supermercado (abomino, odeio, quero me matar) e vejo uma mãe com um demonio, ops, filho, fazendo escândalo, se jogando no chão, etc, pq ela se negou a comprar tudo que ele queria (e ao mesmo tempo vejo o pai fingindo q o menino não é dele e a mãe sem graça enfiando as coisas no carrinho pro menino parar de gritar), daí olho pra cara da coitada e vejo q ela ta cansada, acabada, cheia d olheira, e o marido ta la, olhando pra bunda alheia, eu paro e penso: PQP, que vida é essa dessa pessoa? Se fosse eu, enfiaria um danoninho ice na goela do capeta pra ele calar a boca, largaria o menino entupido com o pseudo-marido e iria embora viver a vida forever alone.

Esse é apenas um exemplo simples do que acontece all the time. Sou uma pessoa muito observadora, penso e me revolto com freqüência. Não ser viver de forma leve, tranquila. Minha mãe diz que eu vivo tensa. Vivo mesmo, pq as coisas me revoltam. Antes eu ainda me metia na vida alheia. Uma vez chamei um menininho de sem educação no mercado justamente pq ele estava se jogando no chão quando a mãe se negou a comprar o q ele queria. Minha mãe quase morreu de vergonha e a mãe do garoto quase me bateu. Hoje em dia eu só fico com raiva e me controlo. Tenho engolido tanto sapo q tô quase um brejo ambulante.
E eu vou ficando sem forças a cada tentativa de alertar as pessoas. Daí vejo alguém q ganha um salário mínimo, pega 350 ônibus pra trabalhar, mal vê os filhos durante a semana e tá lá com aquela cara de felicidade, tranqüila e resignada. Daí eu me olho no espelho e penso: é todo mundo louco? Ou felicidade é isso ai?

Me recuso a acreditar que felicidade é = mediocridade. Kd a fonte da loucura pra eu beber a porra da água? Alguém me fala onde tá que eu vou lá me afogar nela.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Ano novo, vida velha

Primeiro post do ano.
Novidade relevante:
Não ganhei na mega da virada.
Estou arrasada. Diferentemente das pessoas normais que jogam sem grandes expectativas, eu havia depositado minhas esperanças nela.
Já tinha planejado os lugares que eu ia conhecer, as roupas q ia comprar, os tratamentos estéticos que ia fazer, quem eu contrataria como mucamo, massageador, mordomo, motorista, quem eu mandaria tomar no cu, TUDO.

Fiquei frustrada. Passei a virada vomitando na praia. E não, eu não estava bêbada. Estava arrasada.
Quando eu fico muito nervosa, começo a vomitar, acho que ja falei isso por aqui.
Não aguento as pessoas falando: ano novo, vida nova. Não aguento retrospectivas felizes, do tipo: este ano fui promovido, troquei de carro, foi um ano ótimo. Dá vontade de falar: alguém te perguntou alguma coisa?

Fato é que cheguei da praia hj e estou sem energia nenhuma pra encarar a vida. 
Enquanto chegava nesta cidade, chorei quietinha. Aqui não é o meu lugar. Está decidido: este é meu último ano aqui. Nem que eu vire quenga no RJ.
Aqui não dá mais pra mim.

Só escrevi pra falar que eu tô viva, ou melhor, ainda existo. Pq já faz tempo que eu não sei o que é viver.