segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sou uma fraude




Quem me olha não me enxerga.
Sei que passo uma imagem forte. Quem conversa comigo, pensa: nossa, que garota decidida.
Meu cu.
Mal sabem eles que meu coração está em frangalhos. Mas eu preciso parecer forte. Preciso passar essa imagem a maior parte do tempo. Acho que engano bem.

Tem um amigo que tb sofre de depressão. Ele sabe que eu estou enfrentando o mesmo problema, mas não sabia  q eu estava tomando remédios a tanto tempo e tudo mais. Esses dias, pelo face, ele me perguntou como eu estava e dei uma resumida na minha vida cagada.
Ele disse: nossa, eu não consigo te imaginar mal. Sempre penso em você bem.
Eu perguntei o motivo e ele disse: pq vc sempre consegue resolver as coisas de modo prático.
Hum. Fiquei pensando.. desistir é o modo prático ao qual ele se refere?
Mas refletindo, acho q ele estava falando sobre a minha maneira de lidar com relacionamentos. Amorosos, diga-se de passagem. Isso pq, realmente, eu não tinha maiores problemas nesse campo da minha vida. 

Meu problema chama-se: trabalho.
Eu odeio rotina. Odeio horários. Odeio burocracia. Odeio gente arrogante e que se sente superior aos outros.
E ai, qual curso eu escolhi?
Direito.
Auhauaua. Tem que ser muito louca. Mesmo.
Vide Suzana Von Ristoffen (assim q escreve?), a mulher do japa picadinho (não sei o nome), entre tantos loucos de cu que escolheram o malfadado curso.

No meu caso, acho que foi auto-sabotagem.
Se eu tivesse feito um teste vocacional acho que a orientadora diria: não sei pra que vc serve, mas faça qualquer coisa menos direito, ok?
Pq eu escolhi essa merda?
Pq gosto de ler e escrever.
Que resposta retardada.

Na verdade, eu gosto de escrever besteira e gosto de ler qualquer coisa que não seja lei. Aí eu pensei que, pela minha sensibilidade, fosse gostar da área que mais lidasse com o ser humano. 
PENAL, é isso!
E aí que eu cansei de ver filhos chorando no corredor do fórum pq o pai saiu preso. Cansei de ver advogado mau caráter defender bandido da pior espécie no júri. Cansei. Cansei. Fui embora.

Pra onde?
Área de família.

Hahahaahah
Vocês não imaginam a que ponto um ser humano pode chegar.  Mães que querem se vingar dos maridos e usam os filhos no processo judicial, pais que abusam dos filhos, gente louca, etc. Cara, uma vez eu fui até a casa do meu cliente tentar um acordo extrajudicial com a mulher dele. O que aconteceu? Levei um copo de água na cara.
HAHhaha. Sério. A vaca jogou água na minha cara, gente!!! E eu, como pessoa profissional e equilibrada fiz o q? Joguei água na cara dela tbm!

Olha o preparo da pessoa para lidar com o ser humano. Que coisa linda, singela.
Aí que agora eu tô perdida.
O que fazer??? Meus pais não aceitam que eu faça outra coisa. Eu não aceito ter perdido 5 anos numa graduação pra, sei lá, vender chup chup na esquina.

Sexta saí do escritório. Mandei a chefe pra PQP. Agora, além de tudo, tenho ótimas referências no meu currículo. Ahahah. Tô rindo pra não chorar, gente. Na verdade, to arrasada. Não por ter saído de lá, mas por ser tão fraca. Eu não sei lidar com nada. Começo a ficar contrariada e simplesmente desisto. DESISTO.
Fato é que eu estou desempregada! Um salve pra Sessão da tarde, Vale a pena ver de novo e afins.

E agora? O que fazer?
Monto um escritório? Estudo pra concurso? Procuro outro emprego em outro escritório lixo que vai me sugar até a ultima energia? Me mato?

25 anos nas costas.
Que vergonha de mim. Queria ser como meu irmão, que sempre soube exatamente o que fazer.
Eis a maior razão da minha infelicidade.
Essa sou eu. L





quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ex melhor amiga



Essa não é a primeira melhor amiga que vira ex. Primeiro pq eu acho que tenho  o poder de transformar pessoas em monstros. Segundo, pq minha boca é muito grande e eu falo d+, me exponho, confio nas pessoas. Quando eu considero alguém meu amigo ou amiga, é de verdade, porraaa! Não existe amizade mais ou menos. Ou vc é amigo ou não é.
Tem coisas que, hoje, depois de tomar muito no cu, eu não admito. Exemplo: uma pessoa que se diz sua amiga não vira pra vc e fala: “me falaram que..”. Se a pessoa é sua amiga ela vai falar quem falou. Aliás, ela só vai te contar alguma coisa que te magoe se vc e SÓ vc puder resolver. Caso contrário, ela mesma vai dar um coice na pessoa e acabou.

Exemplo: Alguém chega pra mim e fala: nossa, fulana (sua amiga) é muito sem noção. Tá gorda e fica usando essas roupas justas. Você faz o q?

Opção 1: chega pra sua amiga e conta.
Opção 2: vira pra pessoa e manda ela tomar conta da vida dela.
Opção 3: dá uma voadora .
Pois eu acho a opção 1 mais sem noção que a voadora. Sério. Explico pq:

Se sua amiga ta gorda, com certeza ela sabe disso. Toda mulher sabe quando engordou. As roupas não entram mais, as banhas saltitam pra fora da calça, etc e tal. Pra q vc vai chegar pra pessoa e falar: amiga, fulana falou q vc engordou e está muito baranga nessas roupas justas.
Cara, vc sabe se a pessoa tem dinheiro pra comprar roupa nova ? Vc sabe se ela tá com algum problema de saúde? Você sabe se ela ta arrasada por estar gorda? Então cale a sua boca!!

Pq as pessoas têm o prazer de ver as outras se sentirem mal? PQ?? Nunca vou entender, Deus!
Então, tudo começou assim:

Uma pseudo amiga da minha amiga e conhecida minha disse exatamente o q eu citei acima: que ela tinha engordado muito e tava muito brega usando roupas justas. Ainda completou dizendo: e a bunda dela ta parecendo a lua, de tanta celulite. PAUSA. Esse ser delicado se diz amiga da minha amiga. O q eu fiz? Virei pra ela e disse: Foda-se. Se ela engordou pode emagrecer. Se ela não parece incomodada com isso pq vc está? A menina se sentiu a mais ofendida e me chamou de grossa. Eu arrematei: vc gostaria que alguém falasse por exemplo que mulher q não tem peito fica ridícula de tomara que caia? Falei isso pq ela é uma tábua e tava usando (nada contra, só quis dar um coice). A garota fechou a cara, levantou e foi embora.
Tá.
Só q o buraco é mais embaixo.

A minha amiga engordou pq está grávida. Na verdade, estava. Só q ela não queria q ninguém soubesse. Ela ia ter o neném, já estava decidida. Até q..num surto ela resolveu contar pra essa vagaba pseudo amiga q esta grávida. Como não podia ser diferente, a vaca a aconselhou a tirar o neném. Detalhe: Ela já estava com quase 4 meses. Levou a menina numa favela pra comprar um remédio abortivo. Ela tomou e foi pra casa.
De madrugada, eu, q não tava sabendo de nada, recebo uma ligação dessa minha amiga chorando, aos prantos. Não entendi muito bem o q tava acontecendo, fui pra casa dela correndo e ela estava toda ensangüentada, o banheiro idem. Quando cheguei, o pior já tinha passado, pq, segundo ela, a dor foi tanta que ela desmaiou.

Daí q eu falei: e cadê o filho do demo ( vou me referir ao namorado dela assim)??  Ele sabia que você ia fazer isso???
Ela: sabia.
Eu: E KD ELE PORRRAAAAA?
Ela: então, ele tá num bar, perto da faculdade.
Eu: como assim??? A mãe do filho dele estava cometendo um aborto e ele ta no bar???
Ela: ele disse q tava bebendo pra esquecer.
Eu: Q? Tô escutando isso? Me dá o telefone agoraaaaaaaaaa. Liguei pro fdp. Desligado.
Ela: não adianta, ele desligou. Antes de ligar pra vc liguei pra ele, pq ele tinha ficado de vir pra cá. Daí ele disse q não era mais pra eu ligar pra ele pq ele tava muito mal, tanto que estava bebendo pra esquecer.

Gennnnnnteeeeeeee do ceuuuuuuuuuuu, dá pra crer nissssso??

Aí eu fui ajudá-la, limpei o banheiro, coloquei ela no banho, fiquei com ela a noite toda e tal. Isso tem 3 semanas + -. Daí fiquei sabendo quem a tinha levado na favela e todo o enredo.

PAUSA pra falar do filho do demo.
Minha amiga é mais velha q o namorado. Ele tem 22 anos, faz faculdade e estágio. Ela está estudando pra concurso, é do interior e mora com a vó. Ele é filhinho de papai.
Ele é tão muquirana, mas taooo q vou dar uns exemplos da bizarrice:
Ele faz ela dividir gasolina com ele. Pior: ele pede para as amigas dela dividirem gasolina com ele. ( vc´s leram isso )
A primeira e última vez q ele fez isso comigo eu ri. Não acreditei naquilo. O cara parou no posto e me cobrou 5 reais. Acreditammmmmm nisssooo?
Outra: ele cobrava centavos dela. Os dois fumam e se ela pegava um cigarro dele ele falava: vc ta me devendo 1 cigarro, não vou esquecer.
Kkkkkkkkkk. Isso é sério. É pra chorar.
Fora q uma vez liguei pra ela e tinha um barulho estranho. Perguntei: q barulho é esse?
Ela disse: ah, é o ventilador. Tô no motel.
Gennnnteeeeee, motel com ventiladorrrrr? É isso??? Imaginei a coitada em algum pulgueiro no centro tendo q fazer xixi em pé pra não pegar uma cândida no banheiro.
Isso fora o presente de dia dos namorados: uma santa. Sério. E ela não é religiosa. E a santa não é daquelas bonitinhas. É uma santa q ele deve ter furtado da vó, pq estava até sem olho.

Eu contei isso tudo pra vc´s entenderem minha atitude a seguir.

Bom, eu conversei com minha amiga, q me prometeu q ia terminar de vez com o capeta . Mostrei pra ela o quanto ele era um atraso de vida, falei q ela era muito bonita e inteligente, q não podia fazer isso com a vida dela e tal. Acabei com a raça do menino. Fiquei umas 3 horas falando todos os defeitos dele, tentando colocar na cabeça dela como ele é fdp, etc e tal.

Dormi na casa dela, pq ela tava chorando muito. A avó tá bem velhinha e é surda, então não viu nada  q aconteceu.
No dia seguinte liguei pra saber como ela tava e nada. Não me atendeu. E assim passaram os dias. Nada da menina. Deletou o facebook e tudo mais.

Eis que na sexta retrasada eu tô num restaurante com meu namorado e quem eu vejo? O filho do demo com outra menina. No maior chamego. Beijinhos, champanhe na mesa. Que graça, não?
Como eu estava na parte interna e ele na externa, creio q não me viu.
Pensei q minha amiga tinha seguido meu conselho e terminado com ele. Fiquei até feliz, não fiz nada.

Só que no domingo retrasado eu tava na fila do cinema com meu namorado e quem eu vejo? Tcha na na nammm. O fdp com minha amiga, de mãos dadas.
Ah, meu sangue ferveuuuuuu, vc´s não têm ideiaaaaaaaaaa.
Ela me viu, tenho certeza, mas fingiu q não me viu, virou a cara. Fui lá e cutuquei ela. Ignorei o capeta. Ela olhou toda sem graça, fez cara de surpresa e disse: olha, não te vi. E eu: preferia não ter te visto com esse imbecil. Ela abaixou a cabeça e o pirralho endemoniado falou: vai se fuder, cuida da sua vida, biscate. ( como todo pirralho q se preze, super argumentou).

Eu dei a lokaa e comecei a chamar ele de moleque, falei pra ele virar homem. Comecei a gritar falando que ele não tinha coragem de assumir os erros, q não ficou ao lado da namorada quando ela mais precisou, q é um pão duro. Simplesmente não agüentei e falei q ele tava com uma menina na sexta, gastando horrores num restaurante q nunca teve coragem de levar minha amiga. Todo mundo olhando, minha amiga com a cabeça baixa, meu namorado escondido na praça de alimentação e eu gritando com aquele banana. Ele puxou minha amiga e os dois saíram da fila. Eu fiquei lá, igual boba.

Cara, q ódio. Aí q ela sumiu, não me atendia e tal. 1 semana se passou. Segunda resolvi ir na casa dela tirar tudo a limpo e quem eu encontro???? A pseudo amiga q a chamou de gorda e a incentivou a fazer aborto. As duas estavam lá, de amiguinhas. Como a avó dela tava na sala e o clima tava estranho eu disse q tinha passado la só pra saber como ela estava e fui embora, possessa com aquilo tudo.

No outro dia, tentativas em vão. Ela não me atendia. Liguei de um cel desconhecido q peguei emprestado e ela atendeu. Dá pra acreditar? Daí q eu tirei satisfação, perguntei o q tava acontecendo e o q eu ouvi?
-Olha, Lu. Você destratou o filho do demo na frente de um monte de gente, inventou coisas sobre ele, quer q eu termine meu namoro. E ainda completou:
Não é pq vc está deprimida e não consegue ser feliz que eu tbm tenho q ser. Acho melhor a gente dar um tempo na nossa amizade.

Gente, juro, fiquei sem palavras. Eu não esperava q a pessoa q eu considerava minha irmã falasse essas coisas pra mim. Primeiro, ela acreditou q eu seria capaz de inventar qualquer coisa que a pudesse magoar. Justo eu. Percebi q ela não me conhece NADA. Depois, ela usou a minha depressão pra falar q eu sou infeliz e quero q ela tbm seja?
 Eu criei um monstro.
Como pude ser tão idiota?
Só consegui dizer: não acredito q tô ouvindo isso. Se vc acha tudo isso de mim, vc nunca foi minha amiga. Boa sorte na sua vida. E desliguei.
Queria ter dito tanta coisa, mas não consegui. Meu coração tá doendo tanto. Pra mim, terminou.

domingo, 16 de setembro de 2012

Socorro, alguém me dê um coração




Depressivo não devia namorar.  Ponto. Sabe pq? Pq ninguém é obrigado a aguentar alguém que não consegue sentir nada. Eu disse NADA.  Devo admitir que não é todo dia que eu estou neste estado inerte. Mas boa parte do tempo sim. Os outros dias eu estou uma “cavala de tetas”, como diz minha mãe. É, esta sou eu, quando não estou dando coice nas pessoas, estou num estado zumbi. Tipo aquela musica que não sei de quem é pq todo mundo regravou: 
Socorro, não estou sentindo nada. Nem medo, nem calor, não vai dar mais pra chorar, nem pra rir.

Pois é. Sabe quando você está em meio a várias pessoas que vc devia gostar e que deviam gostar de vc também e aí vc começa a se sentir sozinha, mas tão sozinha que tem vontade de sair correndo, se esconder e chorar até morrer?
Se vc não sabe então vc não é depressivo, nem louco, vc é normal. Então não volte aqui. Eu te odeio por isso.
Queria tanto ser normal. Pelo – 1 dia.

Ultimamente, a pessoa que está mais sofrendo por causa dessa minha depressão de cu é meu namorado. Enquanto escrevo isso aqui, estou chorando. Tentando aliviar minha dor.
Este fds só faltou o sarcófago pra eu ser uma múmia completa. Na sexta simplesmente falei com meu namorado: Não vamos encontrar hj. Ele: Pq? Eu: Pq vc ta cansado, vai dormir cedo. (oi?). Daí ele não entendeu nada, disse q tava cansado mas queria me ver e tal. Falei que não, ponto. Sábado teve festa em família e eu quis ser abduzida, morrer, sei la.

Eis que domingo de manhã eu sinto uma coisa futucando a minha bunda. Uma coisa dura. Acordei meio bamba e logo percebi. –Que merda. Já quer me comer logo cedo.  Aí fiquei pensando se simulava um óbito, uma síndrome do pânico, sei lá..qualquer coisa pra continuar dormindo em paz. Daí lembrei o tanto que eu tenho sido uma péssima namorada, lembrei que já tinha usado a desculpa da dor de cabeça na noite anterior e pensei:  é, não vai ter jeito, deixa eu dar logo pra voltar a dormir o quanto antes.

Aí que eu dei. Dei obrigada. Dei por culpa. Dei por dar. Não sei pq, mas no meio da transa lembrei do Coronel Jezuíno: Deite que eu vou lhe usar. Coitada das mulheres daquela época. Me senti uma Sinházinha qualquer. Ah, porra nenhuma. Coitada de nós, q temos que trabalhar, malhar, estudar, cuidar de filho, casa, marido, ter depressão, etc. Mulher naquela época ficava em casa, com uma mucama abanando. Não fazia porra nenhuma. Isso que é vida. Nem trabalho de tirar a roupa pra dar elas tinham. Usavam um cirolão com um buraco no meio e pronto. Só abria as pernas e tal. Essas sabiam como evitar a fadiga.

Aí que depois do estupro consentido eu voltei a dormir. Dormi, sonhei mil coisas horríveis, acordei péssima. Corpo doendo, cabeça doendo, tudo. Namorado comprou mil coisas, fez café na cama. Tudo pra me ver feliz. Eu olhei praquilo tudo e fiz o q? Chorei. Só. Ele, sem entender porra nenhuma perguntou se eu tinha feito promessa pra não comer chocolate. E eu chorando por culpa de ser uma namorada de merda.

 Depois, fomos pra piscina do condomínio. Eu lá, zumbizando no sol e ele começa:
 Gostou??
 Eu: adorei, obrigada.
 Ele- Quê????
 Eu: Quê o q,porraa??
 Ele: Vc ainda confirma. Não tem respeito nenhum, aquele cara é gogo boy, tá?
Eu: Que cara? Ta louco? Achei q vc tava falando do café da manhã.
Ele: Ah. É pq vc não para de olhar pra mesa dele.  (oi??)
Aí fui ver, um cara ridículo, daqueles q se espetar murcha de tanta bomba.
Afff.  Vê lá se eu estaria cobiçando aquele popye.  Nem popye, nem porra nenhuma. Só queria ficar em paz. Olhar pro nada, pensar em nada.
Fiquei com raiva, emburrei, deprimi ao cubo e mumifiquei de vez.
 Ele: Vai ficar com essa cara? O que foi? Já pedi desculpa, etc e tal.

Voltei pra casa e ele começou a mandar msg pedindo pra eu não deixar a minha depressão acabar com nosso namoro. Simplesmente respondi: vc não é obrigado a conviver com isso.
Ele me ligou falando que tava do meu lado, q me ama, etc e tal.

Como lidar?

Culpa. Culpa. Culpa. Quero morrer. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Não sei namorar



A verdade é que poucas vezes disse que amava alguém. Não estou falando apenas de amor romântico. Também tenho uma enorme dificuldade em dizer eu te amo p/ os meus pais ou irmão. Sei lá, me soa falso, forçado, não sei explicar.

O que adianta dizer eu te amo com a maior facilidade do mundo se você é um grande fdp. Pq tem gente que diz eu te amo até pro porteiro, mas chega em casa, bate na mulher, é um péssimo pai ou péssima mãe e quando bate o arrependimento momentâneo, ou quando quer alguma coisa em troca, vai lá e fala: desculpa, eu te amo.
Eu te amo é o caralho!
O amor é mais que isso.

Meu namorado vive falando: sou um ótimo namorado, sou fiel.
E eu falo: e daí? Ser fiel é obrigação. Daí ele vem com aquela ladainha de que todos os homens são fdp, menos ele, que os amigos dele são uns putos e ele não, etc e tal.

Meu primeiro namoro foi aos 19 anos, o q eu considero tarde, se comparado a maioria das pessoas. Eu tinha vergonha de dar a mão pra ele e saia andando na frente. Ele falava: Vc não sabe namorar.
Não que eu não gostasse do meu namorado, eu gostava, mas ficava com vergonha, sei lá.

Outra coisa que não agüento é a rotina de um relacionamento. Eu não gosto dessa coisa: Oi amor, como foi seu dia? Não sei se é a depressão, mas me dá vontade de falar:

 Um cu. Não me pergunte mais. Todos os meus dias são uma merda. Adeus, só me ligue quando tiver uma coisa interessante pra falar.

Aí que me dá vontade de sumir de vez em quando. Não pq eu não ame, mas pra evitar a fadiga, sabe? Eu não agüento papinho de rotina. Meu namorado tem a mania de falar toda vez: e as novidades? Todo santo diaaa!! Hoje mesmo, eu tava com uma amiga, ele me ligou e fez essa mesma pergunta cretina e eu disse: que novidade? Falei com você de manhã.  Para com essa mania de ficar perguntando isso.

Quando desliguei ela disse: coitado, pq vc falou assim com ele? Fui explicar e ela não me entendeu. Falou que sou grossa e tal. Voltei pra casa me sentindo culpada.

Meu namorado me disse na ultima briga: vc acha que namoro tem que ser festa todo dia. Amor não é isso.
E eu pensei:
É, pra mim o amor é mais que isso.
O amor é uma coisa tipo Jack e Rose em Titanic, que vc sai correndo, fugindo, posando pelada pra pintura, pulando no mar, congelando, etc e tal.

Resultado: sou frustrada, não sei ter uma relação tranqüila e estável. Me culpo por isso. Não sei demonstrar meu amor. E acreditem, eu amo.


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Minha culpa, minha máxima culpa.


A culpa me acompanha desde que eu me entendo por gente.

Acho que quando eu tava na barriga da minha mãe eu devia dar um chute e ficar remoendo aquilo o resto do dia. Ai, pq eu chutei a barriga da minha mãe?? Pq? Pqqq?

Quando nasci, minha mãe, que era órfã, me deixava com a minha vó ( mãe do meu pai ), que a odiava e devia me odiar também. Ela tinha horror a crianças e devia ficar o dia inteiro falando na minha cabeça: vc é um estorvo! Cala a boca menina! E por aí vai. Ela conseguiu fazer minha mãe emagrecer uns 20 kg e ficar só pele e osso. Meus pais trabalhavam o dia todo e moravam na casa dela enquanto esperavam o apartamento ficar pronto. Ela é tão bruxa e as coisas que ela fazia e ainda faz são tão surreais que fica pra outro post.

Nos mudamos e começou o rodízio de babás. Não, eu não era um capeta. Pelo contrário. Mamãe fala que eu quase não chorava e era boazinha. Acontece que todas as babás loucas do planeta foram parar lá em casa. Uma, começou a furtar tudo que via pela reta. Até a cama do gato que a gente tinha sumiu. Outra me espetava com um garfo ( sim, vc´s leram isso ) quando eu chorava. Tbm não entrarei em detalhes sobre isso agora. Por fim, teve uma Maria sapatão que pegava as cuecas do meu pai e usava. E não satisfeita levava a “macha” dela lá pra casa a tarde e usava a cama dos meus pais na briga das aranhas ( nada contra, mas na cama dos patrões não, né?).

E eu, um mini ser, já despertava o ódio alheio desde os primórdios. Eu devia me culpar por fazer da vida dos meus pais um inferno, por ela ter parado de trabalhar pra cuidar de mim, pq, né, se ela não fizesse isso meu pai não teria mais cuecas e eu continuaria servindo de boneco vudu. Mas, enfim, já me falaram pra fazer regressão e eu não acredito em nada, mas se for verdade, como vou me livrar de um trauma voltando ao passado e ouvindo minha vó me xingando ou a psico-babá me espetando? Eu só me livraria se eu pudesse levantar e enforcar todo mundo, dar uns tabefes bem dados na fuça delas, enfiar o garfo goela abaixo e tirar minha mãe daquela situação.

Enfim, se eu me culpo por coisas que aconteceram quando eu era um bebê, imagina como eu me culpo pelas coisas que fiz ontem. Ou melhor dizendo, pelas coisas que deixei de fazer. Ai, como eu invejo essas pessoas que não estão nem aí pra nada..relax.. o mundo tá lá, desabando e a pessoa tá encostada no barranco olhando ele cair. Se bobear, ainda consegue tirar um cochilo.

Então que desde criança eu já era meio surtada. Vendo os vídeos dessa época, eu vejo todas as crianças pulando e se matando e eu lá, de lado, olhando aquilo com uma cara de tédio. Talvez eu tivesse vergonha pq era muito grande pra minha idade. Talvez eu já tivesse senso crítico e pensasse: que bando de idiotas! Sei lá..só sei que nunca fui muito alegre.

Minha mãe, que teve que se virar sozinha desde muito nova, procurava todos os tipos de religiões pra tentar encontrar algum sentido pra vida. E é claro que ela levava quem junto? Pois é. Então eu já fui uma mini Buda, já dancei no meio dos hare khristina, já fui em terreiro de umbanda, já freqüentei igreja evangélica, enfim. Pra tudo eu tinha um olhar crítico que fazia com que minha mãe desistisse e não me levasse mais.

Já falei que eu era uma jamanta de grandona né? Pois então..com 9 anos eu fiquei menstruada. Quase morri de vergonha..pensa, criança total. Aí a culpa novamente me acompanhava. Eu pensava que o fato de eu estar “mocinha” e minhas amigas não era minha culpa pq colocava a Barbie e o Ken para transar. Quem nunca? Kkk. Eu passei a achar que era culpada quando minha vó disse que criança que ficava moça cedo era pq estava com a sexualidade aflorada. Aí eu me culpava, me escondia embaixo da cama e pedia a Deus pra não menstruar mais. Como não obtive êxito, resolvi queimar a Barbie e o Ken, o que resultou em incêndio no meu quarto, com direito a queimar a cortina, colcha e todas as outras Barbies que estavam em volta vendo a inquisição dos bonecos.

Mais uma vez, a culpa. Minha vó gritava: agora você não vai ganhar mais nada! Brinquedo nenhum! Você é a pior coisa que aconteceu para seus pais! E eu não falava nada. Mas longe dela, me escondia e chorava.
Minha adolescência foi um cu. Com 10 anos eu já tinha corpo de mulher, cinturinha fina, perna grossa, bundão e peito. Minhas amigas que eram uns gnomos não deviam nem ter pêlo na perereca. Eu ia pra escola morrendo de vergonha. Tava um calor de 100 graus e eu com blusa de frio amarrada na cintura.

Ô sofrimento, viu! Pra completar, uma amiga minha da escola foi estuprada. Minha mãe acabou me contando pq eu não entendia o motivo dela não conversar mais comigo e ter ficado tão estranha. Eu chorava pq ela estava me excluindo, não queria mais ser minha amiga. Vendo meu sofrimento, minha mãe tentou me explicar o que tinha acontecido com ela. Pra quê! Aí eu comecei a achar que isso ia acontecer comigo, que tinha q esconder meu corpo de qualquer jeito. Ia pra escola com a calça de moletom mais larga que eu tinha. Apertava meu peito com uma faixa, só usava o cabelo preso. Pensa numa louca. Se algum homem vinha falar comigo eu saia correndo e gritando.

Passada essa fase, após meu primeiro beijo ( com 13 anos ), virei uma piriguete mirim. Ficava com todos os meninos bonitinhos da escola ( os mais velhos, claro, já que era muito maior que os anões a minha sala ). Daí que isso começou a incomodar as outras meninas, que começaram a se unir contra mim. Me chamavam de puta, vagabunda, etc. Eu ia pra casa todo dia chorando. Detalhe, quando eu digo que ficava, eu só dava uns beijinhos, coisas total de adolescente. Passei a me culpar por isso também. Sofri, sofri e sofri. Mudei de escola 4 vezes. Em todas as escolas, as meninas me odiavam. Tudo pq eu tinha um corpo muito desenvolvido pra minha idade. Não tinha como não chamar a atenção dos adolescentes punheteiros no auge da puberdade. Então, não consegui fazer uma amizade verdadeira ao longo da escola.

A culpa que eu passei a sentir na fase adulta, vou deixar pra contar depois, pq já to ficando com preguiça de escrever e tenho outras coisas pra fazer. O negócio é que eu fico remoendo essas coisas até hoje. Coisas que aos olhos dos outros são ridículas e tal, mas pra mim são motivo de noites em claro. Enfim, tenho consciência de que esse sentimento me atrapalhou e atrapalha muito até hoje. Não sei como me livrar dele, mas vou continuar tentando.
É o segundo post que eu escrevo e confesso que após terminar, estou me sentindo melhor. Adorei os comentários, não esperava tantos em 1 dia.
Mais tarde vou responder todos com calma.
Os: Estou me sentindo culpada por ter escrito tantos palavrões e palavras “chulas” no primeiro post.  

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Eis minha vida

E aí que meu psiquiatra disse: Você tem que parar de tomar esse remédio. Não pode ficar dependente dele. Vamos reagir, procurar um terapeuta. Já te indiquei alguns, ligou pra eles?
Eu:
-Não me leve a mal, mas não acredito em terapia.
-Pq não?
-Pq não acredito nas pessoas.
-Eu respeito a sua opinião, mas espero que você reconsidere. Do jeito que tá você vai ficar dependente de remédio para a vida toda. É isso que você quer?
Respondi que não, enquanto pensava:
Cala essa boca seu velho nojento. Você fede cigarro. Cigarro também é um vício, sabia? Vai ficar dependente a vida toda?

-Então pensa direito e vê se liga pra. Dr. fulano-de-tal. Quando voltar aqui, quero ver você melhor.

Dei um sorriso amarelo enquanto olhava ansiosamente para o prontuário na mesa. Passa logo a porra da receita - pensava.

Saí de lá, entrei no carro e chorei. Chorei tanto que demorei a perceber o imbecil do flanelinha do lado da janela, esperando para me extorquir. Peguei umas moedas e abri o vidro pra entregar, quando ele disse: Brigou com o namorado, princesa? E lançou aquele olhar 43. Pqp - pensei. Pra um flanelinha achar que eu vou dar alguma moral pra ele, devo tá muito na merda mesmo. Fechei a janela na cara dele e fui embora. 

No caminho, fiquei me perguntando quando eu me perdi de mim. Em que momento da vida eu me entreguei. Olhei no retrovisor: rímel escorrendo na fuça. Que merda. Panda deprimido. Esta sou seu. Fiquei pensando quanto eu já gastei com maquiagem na vida. Fiquei me perguntando pq eu uso maquiagem. Devia existir maquiagem pra alma. Lembrei que o flanelinha me viu com a cara ridícula e devia estar rindo de mim. Lembrei do olhar de reprovação do psiquiatra. Me senti um lixo. Parei na farmácia, limpei o reboco da cara, passei mais maquiagem e saí pra comprar o remédio.

No balcão, um casal e a mulher super me olhando com cara de cu. Foda-se. Só quero pegar o remédio e ir embora. Aí eu escuto:
-Você devia me respeitar, pelo menos. E o marido: 
Quê?
-Eu vi tudo.
 Aff. A porra da mulher cismou que o marido tava olhando pra mim. Eu mereço. Mal sabe ela que eu não olharia pra ele nem que fosse o Brad Pitt. Primeiro, pq não olho pra homem casado, segundo pq depressivo não quer olhar pra ninguém. Quer deitar na cama e dormir pra sempre. 

Peguei o remédio e fui embora. Ainda tive que escutar um: "isso-que-é-mulher-não-aquela-tralha-que-tenho-em-casa" de um babaca aleatório no estacionamento. 

Esta sou eu, despertando a ira, inveja e cobiça alheia.

Mal sabem as mulheres, do alto da sua inveja, que a gostosona da academia chega em casa, come tudo que vê pela reta e vai pro banheiro vomitar.

Mal sabem os homens, do alto do seu excesso de testosterona, que a bonitona aqui não tá a fim de trepar com eles. Nem com ninguém.

Quanta vezes julgamos as pessoas pela aparência. Quantas e quantas vezes desejamos ter a vida de outra pessoa, pq ela é rica, linda ou bem sucedida profissionalmente?

Cheguei em casa, meu cachorro veio pulando freneticamente. Olhei pra ele, tão pequeno e indefeso e pensei: Você merecia outra dona. Chorei. Fui tomar banho chorando e me culpando por não passear com ele, por gastar mais de 100 reais todo mês com remédio pra depressão, por não ter arrumado o carro, por não ter respondido o e-mail da minha amiga, por não ter ligado pra dar parabéns pra minha prima. Por tudo que não tenho forças pra fazer.

Fui dormir mais leve, depois de tanto choro.